Sindicato dos Servidores das Autarquias de Fiscalização Profissional e das Entidades Coligadas no Estado do Rio de Janeiro
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Quero escrever-me de homens quero…
calçar-me de terra quero ser a estrada marinha que prossegue depois do último caminho
e quando ficar sem mim não terei escrito senão por vós
irmãos de um sonho por vós que não sereis derrotados
deixo a paciência dos rios a idade dos livros
mas não levo mapa nem bússola porque andei sempre sobre meus pés
e doeu-me às vezes viver hei-de inventar um verso que vos faça justiça
por ora basta-me o arco-íris
em que vos sonho basta-te saber que morreis demasiado
por viverdes de menos mas que permaneceis sem preço
companheiros
Mia Couto, escritor Moçambicano