Sindicato dos Servidores das Autarquias de Fiscalização Profissional e das Entidades Coligadas no Estado do Rio de Janeiro

A Gestão de Pessoas tem mudado a cultura organizacional nas últimas décadas. A cada momento as organizações buscam novas formas de se diferenciarem uma das outras e isso é o que tem gerado a competitividade entre elas, pois o que  faz a diferença de fato entre uma empresa e outra são as pessoas que nela atuam.

Software, Tecnologia de última geração, Processos, Sistemas de Gestão, tudo isso corrobora com a eficiência de uma empresa, mas o que a diferencia é o QF, ou seja, o quociente de felicidade que emana da empresa através de seus colaboradores e é nesse item que a Gestão de Pessoas precisa atuar.

Fala-se muito em estratégia de gestão de pessoas, mas o que precisa se ter como balizador desta estratégia é, acima de tudo, a relação ética entre empresa e colaborador. A ética é o que dá a liga para o comprometimento e faz a produtividade aflorar na empresa.

O trabalho, além de ser direito social assegurado a todo cidadão brasileiro (CF/88, art. 6º), é importante mecanismo de concretização da própria dignidade humana.

 

Ao mesmo tempo em que a Gestão de Pessoas é uma crescente nas empresas, também cresce a denuncia de assédio moral nas organizações, tanto publicas quanto privadas.

E no Brasil, ainda não existe uma normatização específica para coibir o assédio moral no ambiente de trabalho, mesmo porque o assédio moral, apesar de ser real, é uma ameaça invisível.

A prática de Assédio Moral é reconhecida por diversos órgãos como a OMS que a define como “o uso deliberado de força e poder contra uma pessoa, grupo ou comunidade que causa danos físicos, mentais e morais através de poder ou força psicológica gerando uma atitude discriminatória e humilhante”.

Passamos a maior parte de nosso tempo dentro das empresas e este próprio ambiente de trabalho está deixando os trabalhadores adoentados devido a cobranças, a pressão da competitividade, de ser sempre o melhor entre os melhores, além das questões assimétricas e desiguais que perpassam pelas empresas, principalmente as de serviço público.

Enfim, a prática de Assédio Moral deveria ser visto como um problema de saúde pública, pois se desdobram depressão, fobias, somatizações como aumento da pressão arterial, gastrites, problemas de pele, garganta, distúrbios de sono, desanimo, entre outros. A morte por suicídio, causado pelo agravamento do quadro depressivo é o pior deles, pois sem o reconhecimento profissional e vítima de pressão e opressão, e sem o apoio da família, pois muitas das vezes o trabalhador não consegue expor em casa o mal que está sofrendo. Opta por encerrar a vida.

No serviço público a situação tente a ser pior, devido às constantes mudanças de governo e mandatos, uma dificuldade enfrentada em todas as esferas do poder público. Além da resistência em tocar no assunto, muitas das vezes, desconhecendo o que é e como é praticado o Assédio Moral, não entra no regimento interno nem tampouco é mencionado nos estatutos federais, estatuais e/ou municipais e quando o Sindicato da categoria que reage contra essa ilegalidade não é ouvido. Mesmo porque, precisa-se antes de tudo, que o trabalhador denuncie tal prática.

O Brasil ainda carece de uma legislação específica que discipline o assédio moral. Contudo, felizmente, isso não tem inviabilizado o reconhecimento deste fenômeno pelos nossos tribunais, caracterizando-o como conduta de ofensa de caráter moral e patrimonial.

 

Alguns exemplos de Assédio Moral nas empresas:

–        Brincadeiras ofensivas;

–        Rebaixamento profissional;

–        Isolamento profissional;

–        Inclusão de nome em “Lista negra”

–        Despedida abusiva;

–        Abuso de direitos;

–        Restrição de uso de banheiro;

 

Patricia Flôres é Psicóloga e sócia diretora da GP Remunera

Contato: patrícia@gpremunera.com.br