Sindicato dos Servidores das Autarquias de Fiscalização Profissional e das Entidades Coligadas no Estado do Rio de Janeiro

“Há um golpe em curso”, enfatizou Annyelle Nascimento, secretária de Cultura da CUT. A declaração aconteceu, nesta última quarta-feira (16), durante o segundo dia do IX Consasera, na Oficina de Políticas Sociais. “O objetivo é esvaziar o debate”, apontou, analisando que as bases escravocratas da sociedade brasileira ainda não foram totalmente rompidas e que, em dado momento da história (século IXX), 42% da população no Rio de Janeiro eram de negros escravos. “Precisamos dialogar com todas as partes e dizer à população que a política não é suja. É por ela que passam as grandes transformações”.

Segundo Annyele, somente com organização os trabalhadores podem conseguir participar dos fóruns de decisão. A dirigente ainda pontuou que os movimentos sociais sofreram uma forte redução no Congresso Nacional. “Existem nuances dentro da classe trabalhadora, mas precisamos estar representados e fazer a disputa a política destes espaços”, destacando a necessidade de uma reforma política e de se trazer a juventude para dentro dos sindicatos e das lutas sociais .

Em relação ao avanço feminino no mercado de trabalho, ela pontuou que apenas 21% das mães têm acesso à creche para seus filhos. “A mulher precisa conviver com uma jornada dupla, tripla. Além de políticas públicas, elas precisam do apoio e da compreensão dos seus parceiros na divisão das tarefas da casa e dos cuidados com os filhos. Trata-se de uma mudança cultural”, defendeu Annyele, revelando que há paridade em todos os cargos da Central Única dos Trabalhadores.